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sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Recordações de UM VETERANO


Caro Veterano.
Estas coisas me emocionam!...
Quando paramos para olhar para trás, constatamos com alguma nostalgia a erosão que a história nos vai deixando.
As fotos, que, conseguimos herdar, também o que nos resta, para além das memórias, óbviamente o indispensável companheirismo dos que foram connosco e que, ainda hoje conseguimos preservar, a "amizade da guerra".
Quando me fala do Poço, gostaria que me dissesse onde ele estava, para me facilitar a localização. Acredite que não lembro onde ele estava, mas prometo que vou indagar.
Quando cheguei a Quicabo, havia uma Mercedes com uma cisterna, fazia diáriamente sob escolta duas viagens ao Rio Lifune, uma de manhã outra de tarde, despejava a àgua num tanque em frente à Enfermaria, para ser distribuido pelos balneários.
Gostaria de relembrar a Fazenda do Santana, das boas e sumarentas Laranjas e das Mangas.
Quando fui para Quicabo, o alfalto estava até ao 1º Pontão por onde passava o Rio Lifune, depois desbravou-se a Mata para os lados com ampla visão, foram dois anos a construir estrada, que, quando viemos embora já tinha passado a Beira Baixa.
Cheguei a passar pela as Sete Curvas, uma zona terrível para emboscadas, com o rompimento da estrada anulou-se as Sete Curvas, em que, ficou a fazer-se por trás, aparentemente mais seguro e acabámos por ter-mos uma emboscada com zona de morte de fogo cruzado, com os fechos de entrada e saida, ainda com o grupo de assalto, que eram os que utilizavam a catana, no ultimo dia de Quicábo a 14 de Março de 1973, ficando 4. Agora imagine, que durante a comissão não tivemos assim grandes problemas, pois eles atacaram-nos com "roketes", e capturaram-nos um camarada e levaram para o Congo, andou oito noites para passar a fronteira, foi impressionante!...
Foi libertado após o 25 de Abril pela Cruz Vermelha, era C.A.R.
Vou enviar três fotos de Quicábo para ver se recorda de alguns cenários.
No mural, onde estou sentado, consta dos que tombaram, tem lá o nome de um filho de Sezabo, que foi teinador do F.C.Porto, era Hungaro. Conheci por coincidência uma irmâ, quando me contou que um irmão dela tinha morrido em combate em Angola. Perguntei a onde, e me diz que foi em Quicábo. Logo fiquei arrepiado!...
Creio que foi abatido na Birila, já me passava esta. Era um trajecto de capim muito denso.
Mais relatos farei sobre o que ficou na memória e para história.
Pois aqui já notas muito valiosas.
Um forte abraço.
anicetopires

1 comentário:

Libânia Monteiro disse...

Toca muito ver que apesar do tempo de guerra , sobram as boas recordaçoes, fica a camaradagem, e até a saudade dos frutos tão ricos que só por aquelas bandas existem.
A Guerra "acabou" mas a amizade ficou e as memórias não há tempo que as apague. Parabéns ao autor do texto.